O que é crise para você? Um perigo ou uma possibilidade de mudança?

Vamos pensar em crise em como reagimos a determinadas situações que se apresentam para nos de uma maneira diferente da qual desejamos. Quando isso acontece gera um desequilíbrio no processo energético da psique. Esta energia, que não foi tão bem administrada pelo ego desloca-se para o inconsciente manifestando-se, posteriormente, soba a forma de um sintoma. Isto sugere que há uma tentativa interna de regular este desequilíbrio, o que é positivo, pois considera-se como um processo criativo esta tentativa de auto regulação. Além disso, é a forma que o inconsciente encontra para alertar o individuo que algo não vai bem.

Desvendando mais a crise, ela pode ser dividida em dois tipos: as crises evolutivas, que são as de ordem natural da vida, ou esperadas de alguma maneira como, por exemplo, as crises que acompanham o desenvolvimento (adolescência, maturidade, senilidade); e, as crises acidentais, ou seja, aquelas das quais não esperamos: uma morte acidental, uma doença, uma tragédia coletiva, ate mesmo a mudança do estado civil ou ate mesmo uma pandemia. No caso das crises evolutivas como, de alguma maneira elas já são esperadas existe uma predisposição de serem consideradas menos tensas, com mais possibilidade de autocontrole. Contudo, ambas exigirão reflexão, adaptação e aprendizagem de novos papéis. Tudo isso, sempre levando em consideração o ego. Quanto mais frágil ele for mais dificuldade encontrará para lidar com as demandas da crise.

O período de instalação da crise sempre é um período considerado desconfortável. Pode-se, muitas vezes, ser mais trabalhoso encontrar a solução e, os esforços podem gerar desmotivação e desencadear mais obstáculos. Aqui, os obstáculos, dependendo do ego, podem ser mais uma ameaça ao equilíbrio psicológico. Assim, se faz necessário identifica-los com precisão, pois, neste momento, agrega-se a ele a ansiedade que o potencializará. Perceba, aqui a ansiedade não o problema e sim uma resultante do problema...

Procure prestar atenção em como você reage a crise. Geralmente, o que gera a crise faz aumentar nossas respostas habituais diante do perigo. Há um aumento do estado de tensão quando percebemos que nossas respostas habituais não resolvem a questão. Em seguida buscamos maneiras diferentes para lidar com a situação. Só neste momento o gasto de energia para buscar esta resposta da qual não estamos acostumados gerará mais esforço e mais cansaço emocional. O que é totalmente normal, mas quando ficamos conscientes disso gastamos menos energia. Isso gerará ou não a resolução da crise, oque nos levará a volta de nosso equilíbrio psíquico. Em caso positivo a crise se findará. Em caso negativo poderá ocorrer o retorno ao inicio com aumento tanto do gasto energético devido à frustração de ausência positiva de resposta.

Independente do estagio da crise em que você esteja passando lembre-se de que não há necessidade de passar por ela sozinho. O auxilio e uma visão externa são uteis para a compreensão dos caminhos que levem a resolução da crise. Você não esta só!!!